Comecei esta reflexão hoje pela manhã quando me deparei com uma matéria da maior rede de comunicação do Brasil. A matéria fala em desestímulo ao crescimento para evitar inflação. Claro que não sou especialista, mas me parece uma resposta inconseqüente ao processo de desenvolvimento econômico, me parece a resposta mais fácil encontrada pelo governo, porém, não necessariamente a mais inteligente.
O Brasil passa por um momento que há a necessidade de sabedoria para aproveitar melhor esta ótima fase de crescimento, principalmente para não frustrar investidores.
Segundo o G1 (www.g1.com , site da Globo http://www.globo.com ), o ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse nesta segunda-feira (10) que o governo federal pode retirar estímulos ao crescimento da economia e realizar cortes em gastos dos ministérios caso o Produto Interno Bruto (PIB) do país cresça acima do esperado. A medida seria uma forma de evitar um possível superaquecimento da economia, o que elevaria a inflação.
«A economia já voltou a crescer nos níveis pré-crise, alguns dizem que há superaquecimento. Não sei se há, mas com certeza a economia está aquecida. Em função disso, todos os estímulos estão sendo retirados e o Banco Central (BC) subiu os juros em 0,75 ponto porcentual, bem acima do que alguns países fizeram», comentou o ministro, durante o seminário «Brazil Infrastructure Summit», que ocorre nesta segunda no Rio de Janeiro.
«Então, já há uma desativação dos estímulos e continuaremos reduzindo-os se necessário, inclusive para diminuir a demanda do setor público, para que tenhamos um crescimento equilibrado este ano e nos seguintes», disse.
Ainda conforme o ministro, se houver necessidade, haverá corte de despesa em todos os ministérios. «Nós estamos estudando a possibilidade de reduzir o consumo do governo. Se o consumo está aquecido, temos que olhar com cautela, porque não podemos desestimular antes que você tenha a comprovação de que há um crescimento forte», disse Mantega a jornalistas após o seminário.
Ao mesmo tempo, outros ex-ministros da economia reforçam que poderiam ser adotadas medidas diferenciadas, como a desvalorização do Real frente o Dólar Americano, principalmente para atrair mais recursos estrangeiros.
É visível que o Brasil passou pelo período de crise mundial sem ser abalado, principalmente por que depende, em sua grande maioria, da dinâmica econômica interna, e isto tem facilitado a atração de investimento do exterior. Ao mesmo tempo, me parece que falta uma estratégia de crescimento incluindo os países vizinhos do Brasil, existindo sim uma “política de boa vizinhança”.
Não está tarde, o Brasil tem condições de aproveitar seu crescimento convertendo em desenvolvimento para si e seus países hermanos. Não basta ser o líder econômico regional, precisa propiciar melhorias sociais perenes, aflorando os alicerces da longevidade financeira e sustentabilidade sócio-ambiental.
Eu poderia comparar o momento como se fosse um projeto de desenvolvimento de carro: seria como se tivéssemos um automóvel dos anos 50 e que recebeu nesse momento um motor de Fórmula 1 com 700cv. É claro que haverá dificuldades para controlar esse carro, mas invés de diminuir a “rotação do motor” para que não tenha tanta velocidade poderíamos buscar formas de levá-lo a velocidade máxima, com segurança, e com mais passageiros a bordo. Quem sabe incluir alguns equipamentos como ABS, Air-bags, nova suspensão,novo chassi, etc, enfim, buscaríamos aproveitar essa oportunidade. Não podemos simplesmente nos limitar a determinada velocidade se sabemos que podemos correr mais.
Alguém poderia até falar: então seria um novo carro? Exatamente. Assim como estamos num novo Brasil. E para este Brasil, ainda falta muito, principalmente criar, fortalecer e consolidar uma cultura inovadora com ações do governo, empresas e sociedade, integrado de forma genuína com os demais países latino-americanos.
Se perguntamos para empresários como está a situação econômica do país, a maioria responde que está ótima, mas precisa ficar ótima “sempre”.
Luiz Marcelo Padilha
padilhacuritiba@hotmail.com; lpadilha@sebraepr.com.br
Obs.: os comentários relacionados ao ministro Guido Mantega foram extraídos do site http://www.globo.com, em matéria criada pela agência
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Acabo de leer tu artículo en el blog sobre el crecimiento de Brasil y me gustó mucho. Me pareció muy atinada tu comparación con un automóvil con motor nuevo y lo demás sin actualizar. Coincido contigo, sin embargo, en que debemos enfocarnos en como resolver los limitantes más que en bajar la velocidad. Una máxima de los campeones de Fórmula 1 dice que si sientes el carro totalmente bajo control es que no vas suficientemente aprisa para ganar. ¿Se aplica esto a los países? Da la impresión que China sigue esta estrategia.
En México ya quisiéramos ese tipo de problemas, que yo llamo de los buenos (de abundancia). En contraste con Brasil, aún no salimos de la fase de lograr las reformas estructurales, en lo cual llevamos ya dos décadas. Brasil, por su parte ha hecho muy bien su tarea en esto. Felicidades.